O Brasil é um dos países mais afetados pela COVID-19. No início da pandemia muitos governantes e gestores pregavam o lockdown como a única solução para a maior crise sanitária da humanidade. Esqueceram que vivemos em pleno século XXI, denominado “um século de economia global”. As relações econômicas, culturais e sociais são tão intensas que nenhuma nação, nem as indígenas da Amazônia que vivem isoladas na mata conseguiram se manter imunes a contaminação.
A pandemia atinge nossa economia principalmente em três pilares: 1° queda do consumo do mercado interno, provocado principalmente pelo fechamento do comércio e dos serviços. 2° queda da demanda externa, provocada pelo fechamento parcial das fronteiras com reflexo na indústria, no turismo e nos serviços. 3° aumento da pobreza e no desemprego que atinge cerca de 16% da população brasileira, em 2021.
Responsável por cerca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), o setor de serviços é o mais importante da economia brasileira e o que mais sofre com as medidas de isolamento social. Mesmo com o início da vacinação podemos prever que a crise ainda se estenderá por mais alguns anos.
Ninguém tem a fórmula ideal para essa crise sanitária e econômica sem precedentes que está deteriorando o setor de serviços, mas, de uma coisa tenho certeza, o lockdown nunca será a solução.
Os empresários do setor de serviços ainda não perceberam que os constituintes de 1988 ao aprovar a unicidade Sindical e liberdade sindical, optaram por um modelo de democracia em que o fortalecimento das entidades de classe (sindicatos) é fundamental para o equilíbrio entre poder público, trabalho e economia.
A fragilidade de nossas organizações de classes, principalmente no que tange ao movimento sindical patronal que representa o segmento de serviços, nos deixa desprotegidos e contribui para o agravamento da crise.
Carecemos de uma organização sindical mais pluralizada que contribua para o crescimento das categorias representadas, através da disponibilização de serviços que desonere seus custos e esteja sempre apta a defender os interesses dessas categorias nos conflitos diários e principalmente nos momentos de crise.
João Barbosa de Siqueira Filho
Presidente da FESERV MG
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